segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Um pais sem novela

A maior diferenca no convivio social entre os Estados Unidos e o Brasil esta no horario da novela.

Enquanto no Brasil se faz o que tem que fazer depois do trabalho (compras, jantar, arrumar a casa etc) e corre-se para a frente da TV para olhar mais um capitulo da novela da vez. Aqui nos Estados Unidos as pessoas se envolvem em trabalhos voluntarios, associacoes, esportes, etc. Tudo bem, no Brasil tem um grande numero de pessoas que vao a escola a noite. Mas, muitas destas matam a aula para ver o capitulo final da novela.

Por ver tantas associacoes e trabalhos comunitarios funcionando aqui eu costuma me perguntar: Sao os americanos mais solidarios que os brasileiros? Nao, nao sao! Eles so dedicam o tempo deles as coisas que eles julgam importantes e nao a novela.

Acredito que o melhor exemplo de como as coisas funcionam por aqui esta no esporte. Lembro no fim da ultima olimpiada a reacao da midia no Brasil sobre nossos resultados. Uma parte enaltecia cada medalha de bronze como um feito colocal! Um atleta que apesar de ser brasileiro e ter tantas dificuldades para treinar e competir, conseguiu uma medalha olimpica e outra parte da midia que decepcionada com os resultados reclamava das politicas de esporte do governo.

Aqui, nao existe insentivo do governo para esporte. O que existe e organizacao da sociedade privada. Ok, as duas escolas de segundo grau da cidade (de 100,000 habitantes – Imaginem um cidade do tamanho de Rio Grande com apenas duas escolas de segundo grau) sao publicas e possuem campos de futebol americano com arquibancadas e placares eletronicos de dar inveja a muito time pequeno de futebol no Brasil. Mas estes campos sao financiados pela comunidade, ex-alunos, pais de atletas etc. Nao com o dinheiro do governo.

Um exemplo muito claro como isso funciona aqui e o nosso velho e bom futebol. Eu sou voluntario como treinador numa associacao aqui da cidade. Nada mais nada menos que um monte de pais que gostam de futebol que se juntaram, criaram uma associacao com presidente etc e organizao treinos e jogos num parque da cidade. A associacao tem mais de 1,000 criancas jogando bola. Tem o proprio site, camiseta etc. E tudo nasceu da reuniao de alguns pais querendo que os filhos jogassem futebol. Tem bolsas para a gurizada mais carente que joga bem e tudo mundo nao so paga uma mensalidade mas, tambem ajuda a marcar os campos, cortar a grama, concertar goleira, organizar a criancada, cuidar do barzinho...

A igreja aqui tambem tem um papel importante. Ele organizam na primavera e no verao os campeonatos de baseball que tambem sao feitos com base em trabalho voluntario.

O esporte e so um exemplo. Da mesma forma, em organizacoes civis, voluntarias, temos aqui na cidade: bombeiros, clube de canoagem, clube de hiking, mountain bike, resgate para tornados, apoio a criancas que perderam pais ou relativos proximos, clube de carros, 3 clubes de motocicletas, aero modelos, fotografia, culinaria, Leitura, caca fantasmas, xadrez., astronomia, teatro, coral...

Enfim, nao importa qual o seu hobby, o que voce gosta de fazer, voce vai encontrar pessoas que gostam da mesma coisa e associados voce podem ajudar uns aos outros, desenvolver amizades. A maoria das observacoes da NASA sobre o espaco perto da terra e feita por astronomos amadores voluntarios e nao por grandes cientistas com laboratorios milhonarios.

Imagine voce, na sua cidade, no seu bairro: Quantas pessoas gostam do mesmo esporte que voce? Sera que nao existe gente o soficiente para montar uma associacao? Quantas criancas poderiam ser introduzidas ao esporte? Senao criarmos um medalhista olimpico, ja nao valeria apena somente por guiar algumas criancas a uma vida mais saudavel que a em frente da TV? O quanto voce poderia aprender com outros jogadores e treinadores? Nao seria esta esperiencia melhor que a novela?

Outra pergunta? Na sua cidade, no seu bairro quem sao as pessoas que dariam assistencia se houver uma enchente? Um incendio? Ou prestar primeiro socorros em um visinho que sofreu um ataque cardiaco? Nao vale apena dedicar algumas horas e desenvolver essas habilidades? Nao seria possivel que se salve vidas com isso?

Quanta coisa util, divertida, compensadora poderia ser feita senao fosse a novela...

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Chef Pai!

Pelos presentes de natal ja sei o que me espera no ano que chega. Muita labuta no fogao. Da Cathy, das criancas, dos sogros e sogros emprestados, cunhados... tudo que recebi foram utensilios de cosinha, avental, chapeu, temperos.
Pelo menos acho que eles gostam da minha comida e eu gosto de cozinhar.
Cozinhar e como um carinho que se faz para as pessoas que a gente quer bem. Isso vem de casa, onde sempre observei meus pais colocarem mais que tempero na panela, colocarem amor para ser distribuido nas refeicoes. A hora do almoco na casa da minha infancia sempre foi o momento de comunhao, onde nos dividiamos o interesse pelos outros membros das nossa familia, quando se sabia sobre o que aconteceu na escola, no trabalho, as novidades e os novos planos mas, acima de tudo o interesse e preocupacao sinceros pelo futuro e felicidade de cada um de nos. Tudo isso reunido pelo tempero de minha mae durante a semana e as experiencias de meu pai aos Sabados e Domingos. O fermento de minha mae nos fez crescer e a massa do meu pai nos deu a liga.
Hoje sou o terneiro desgarrado desta familia, constrindo a minha propria em outros campos mas, volto aos tempos de infancia quando cozinho o arroz da minha mae para acompanhar o churrasco, que como bom gaucho aprendi com meu pai. E a felicidade de ensinar a Emma como fazer macarronada e ao Cyrus como assar ovelha, ajuda um pouco a relembrar meus momentos de menino sem muita melancolia e com felicidade e esperanca que no futuro eles tambem tenham boas lembracas e algo para ensinar aos meus netos.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

O Natal é amplamente conhecido como o dia que Cristo nasceu. Mas o certo seria dizer que o natal é a data de celebração do nascimento de Cristo. Se ninguém sabe exatamente o ano que Cristo tenha nascido (alguns falam em 4a.C. - então nosso calendário estaria errado em 4 anos), imaginem o mês e quanto mais o dia.

Esta data não foi ocasionalmente escolhida, ela foi sabiamente escolhida - não é a toa que a Igreja Católica continua forte em 2000 anos de existência - e vou dizer o porquê:

Exatamente nesta data os povos pagãos celebravam a data de nascimento de um deus multicultural (persa, indiano, egipicio e romano). Um deus do bem - gerado de uma deusa virgem - que iluminava a todos. Alguma semelhança com Jesus?

Hórus nasceu dia 25 de Dezembro da virgem Isis. O seu nascimento foi acompanhado por uma estrela do leste, que por sua vez, foi seguida por 3 Reis em busca do salvador recém-nascido. Aos 12 anos, era uma criança prodígio, e aos 30 foi batizado por uma figura conhecida por Anup e que assim começou o seu reinado. Hórus tinha 12 discípulos e viajou com eles, fez milagres tais como curar os enfermos e andar sobre a água. Hórus também era conhecido por vários nomes tais como A Verdade, A Luz, o Filho Adorado de Deus, Bom Pastor, Cordeiro de Deus, entre muitos outros. Depois de traído por Tifão, Hórus foi crucificado, enterrado e ressuscitou três dias depois.

Attis, da Phyrigia (atualmente Turquia), nasceu da virgem Nana dia 25 de Dezembro, crucificado, colocado no túmulo, três dias depois ressuscitou.

Krishna, Índia, nasceu da virgem Devaki com uma estrela no Ocidente assinalando a sua chegada, fez milagres em conjunto com os seus discípulos, e após a morte, ressuscita.

Dionísio da Grécia nasce de uma virgem dia 25 de Dezembro, foi um peregrino que praticou milagres tais como transformar a água em vinho, e é referido como "Rei dos Reis," "Filho pródigo de Deus," "Alfa e Omega," entre muitas outras coisas. Após a sua morte, ressuscitou.

Mithra, da Pérsia, nasceu de uma virgem a 25 de Dezembro, teve 12 discípulos e praticou milagres, e após a sua morte foi enterrado, e 3 dias depois ressuscitou, também era referido como "A Verdade," "A Luz," entre muitos outros. Curiosamente, o dia sagrado de adoração a Mithra era um Domingo.

Porque 25 de Desembro? Nesta data a estrela no ocidente é Sírius, a estrela mais brilhante no céu noturno, que, a 24 de Dezembro, alinha com as três estrelas mais brilhantes no cinturão de Órion. Estas três estrelas são chamadas hoje como também eram chamadas na época: três Reis. Os três Reis e a estrela mais brilhante, Sírius, todas apontam para o nascer do sol no dia 25 de Dezembro. Esta é a razão pela qual os Três Reis "seguem" a estrela do leste, numa ordem para se direcionarem ao Nascer do Sol.

A Virgem é a constelação de Virgem, também é referida como a “Casa do Pão”, e a representação de Virgo é uma virgem a segurar um feixe de espigas de trigo. Por sua vez, Bethlehem (Belém), é, a tradução literal de "A Casa do Pão".

Outro fenômeno muito interessante que ocorre a 25 de Dezembro é o solstício de Inverno. Do solstício de Verão ao solstício de Inverno, os dias tornam-se mais curtos e frios. Na perspectiva de quem está no Hemisfério Norte, o sol parece mover-se para sul aparentando ficar menor e fraco, o encurtar dos dias e o fim das colheitas conforme se aproxima o solstício de Inverno simbolizando a morte. Era a morte do sol. Pelo Vigésimo segundo dia de Dezembro, o falecimento do SOL estava completamente realizado, Para o sol, tendo-se movido continuamente para sul durante 6 meses, Faz com que atinja o seu ponto mais baixo no céu. Aqui ocorre uma coisa curiosa: o Sol deixa, aparentemente, de se movimentar para sul, durante três dias. Durante estes três dias de pausa, o Sol reside nas redondezas da Constelação de Cruzeiro do Sul, Constelação de Crux ou Alpha Crucis. Depois deste período a 25 de Dezembro, o Sol move-se 1 grau, desta vez para norte, perspectivando dias maiores, calor, e a Primavera. E assim se diz que o Sol morreu na Cruz, (constelação de Crux) esteve morto por três dias, apenas para ressuscitar ou nascer uma vez mais. Esta é a razão pela qual Jesus e muitos outros Deuses do Sol partilham a idéia da crucificação, morte de três dias e o conceito da ressurreição. É o período de transição do Sol antes de mudar na direção contrária no Hemisfério Norte, trazendo a Primavera, e assim a salvação.

Os doze discípulos são apenas as 12 casas do zodíaco, pelas quais o Sol passa durante o ano.

A Igreja Católica queria que a mudança do paganismo para o cristianismo acontecesse de uma forma sutil, através de substituições. Ao invés de proibir as festas pagãs, ela tentou dar um novo significado a tais festividades, conseguindo mais adeptos. Ou de uma maneira mais poetica podemos imaginar que os ceus e astros nos contam sobre a vinda de Cristo e como seria sua trajetoria na terra desde de os primordios. Uma historia escrita de forma imutavel na eternidade do universo.

O fato e que assim nasceu o nosso Natal (do latim natális: nascer) ou Christmas (do inglês Christ: Cristo e Mass: Missa), uma festa pagã transformada em festa cristã, assim como muitas outras festas religiosas católicas.

O importante no dia de hoje nao e debater se a data e acurada. Se toda a tradicao do natal ou a religiao crista nao passa de superticao baseada em astronomia. O importante e meditarmos como a vida deste homem (Deus para tantos) chamado Jesus, nascido a aproximadamente 2000 anos atras, influenciou e continua a influenciar a historia da humanidade. Como suas mensagens e ensinamentos trazem o que de melhor o homem pode oferecer ao proximo e a si mesmo. Celebremos entao seu nascimento e que seu exemplo toque os coracoes e inspire todos nos a construir um mundo melhor. Que este natal seja data de nascimento de mais virtude, respeito e amor no coracao de todos os homens.

Feliz natal a todos!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Deus Pessoal

'É possível que já em Janeiro, nas ruas de Londres, as pessoas se deparem com cartazes no exterior dos autocarros com estes dizeres: "There's probably no God. Now stop worring and enjoy your life" (Provavelmente Deus não existe. Então, deixe de preocupar-se e desfrute a vida).

Trata-se de uma campanha publicitária a favor do ateísmo, promovida pela Associação Humanista Britânica e apoiada pelo célebre biólogo darwinista R. Dawkins, professor da Universidade de Oxford, ateu militante e, segundo muitos, fundamentalista.

A campanha foi um êxito, pois rapidamente conseguiu fundos - dezenas de milhares de euros - mais que suficientes para pô-la em marcha. Segundo a jornalista Ariane Sherine, que a tinha sugerido em Junho, "fazer uma campanha em autocarros com uma mensagem tranquilizadora sobre o ateísmo seria uma boa forma de contrabalançar as mensagens de certas organizações religiosas que ameaçam os não cristãos com o inferno".

Para Dawkins, "a religião está acostumada a ter tudo grátis - benefícios fiscais, respeito imerecido e o direito a não ser ofendida, o direito a lavar o cérebro das crianças". Assim, "esta campanha de slogans alternativos nos autocarros de Londres obrigará as pessoas a pensar. Ora, pensar é uma maldição para a religião".

Logo que apareceu o anúncio da campanha, fui confrontado por um jornalista da TSF: se a achava provocatória. Respondi que até a achava interessante. De facto, era isso mesmo: obrigaria as pessoas a pensar nas questões essenciais, e Deus é uma dessas questões decisivas.

Constatei, mais tarde, que essa foi também a posição de líderes religiosos britânicos, que responderam favoravelmente à iniciativa. Aliás, qualquer um tem o direito de promover as suas ideias através de meios apropriados. A Igreja Metodista agradeceu inclusivamente a Dawkins pelo facto de encorajar um "contínuo interesse por Deus". A rev. Jenny Ellis disse: "Esta campanha será uma boa coisa, se levar as pessoas a comprometer-se com as questões mais profundas da vida." E acrescentou: "O cristianismo é para pessoas que não têm medo de pensar sobre a vida e o sentido."

É significativo aquele "provavelmente". Dawkins não sabe que Deus não existe e, por isso, escreve: "Provavelmente." A existência de Deus não é objecto de saber de ciência, à maneira das matemáticas ou das ciências verificáveis experimentalmente. Nisso, Kant viu bem: ninguém pode gloriar-se de saber que Deus existe e que haverá uma vida futura; se alguém o souber, "esse é o homem que há muito procuro, porque todo o saber é comunicável e eu poderia participar nele".

Afinal, também há razões para não crer, mas, quando se pensa na contingência do mundo, no dinamismo da esperança em conexão com a moral e na exigência de sentido último, não se pode negar que é razoável acreditar no Deus pessoal, criador e salvador, que dá sentido final a todas as coisas. Numa e noutra posição - crente e não crente -, entra sempre também algo de opcional.

Mas, nos cartazes, o mais impressionante é a segunda parte: "Deixe de preocupar-se e desfrute a vida." É claro que o que está subjacente a esta conclusão é a ideia de um Deus invejoso da vida e da alegria dos homens e das mulheres.

Se a primeira parte obriga os crentes a pensar, retirando da fé tudo o que de ridículo - pense-se em todas as superstições - lhe tem andado colado, a segunda tem de levá-los a "evangelizar" Deus. É preciso, de facto, reconhecer que houve e há muitos a quem "Deus" tolheu a vida, de tal modo que teria sido preferível nunca terem ouvido falar no seu nome - pense-se no horror do inferno, nas guerras e ódios em seu nome, no envenenamento da sexualidade, na estreiteza e humilhação a que ficaram sujeitos.

Agora que está aí o Natal, é ocasião para meditar no Deus que manifesta a sua benevolência e magnanimidade criadoras no rosto de uma criança. Jesus não veio senão revelar que Deus é amor, favorável a todos os homens e mulheres e querendo a sua realização plena. Perante um "deus" que os humilhasse e escravizasse, só haveria uma atitude digna: ser ateu.'

Pe Anselmo Borges

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Noticias do Brasil nos EUA.

A Newsweek divulgou em materia de capa a lista dos 50 homens mais poderosos do mundo.
Luiz Inacio Lula da Silva foi colocado em 18º Lugar, a frente de personalidades como: O Papa, Dalai Lama, O Califa dos Emirados Arabes, e empresarios como, Bill gates (Microsoft), Steve Jobs (Apple), Mike Duke (Walmart, dono da rede de supermercados Big no Brasil), Eric Schmidt (Google), Rex Tillerson (Exxonmobile)...
Sobre o presidente do Brazil a revista destacou os avancos na area economica onde o Brasil sob sua administracao alem de pagar a divida externa acumulou 207 Bilhoes de dollares em reservas e pussui a taxa de inflacao mais baixa entre todos os paises emergentes.
Ah! O Lula tambem figura a frente do presidente do FMI, Dominique Strauss-Kahn.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Tiro no pe da Veja

I revista que apoia cada trapalhada de Gilmar Mendez, da premio a De Sanctis "por via abliquoa".

Por Terra Magazine:

O cineasta Fernando Meirelles, diretor de Ensaio sobre a cegueira, realizou uma premiação particular e inabitual ao juiz da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Fausto de Sanctis, que condenou o banqueiro Daniel Dantas a 10 anos de prisão por corrupção ativa.

Vencedor do prêmio "Paulistanos do Ano 2008", da Veja São Paulo, Meirelles repassou o troféu ao magistrado por achar que havia um paulistano que merecia a homenagem mais do que ele. A notícia foi antecipada pela coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo desta quinta, 18. Em cima da placa, Meirelles colou um papel: "Fausto De Sanctis/ O Homem!".

Em novembro, De Sanctis recusou a promoção à vaga de desembargador do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Permaneceu no caso Dantas e condenou o banqueiro por tentativa de suborno ao delegado Vitor Hugo Alves, da Polícia Federal.

O cineasta foi procurado por Terra Magazine, mas se encontra em Dubai, onde divulga Ensaio. Na carta a De Sanctis, ele diz se orgulhar da "capacidade de resistir às pressões" do presenteado.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Nem tudos aqui apoiam a guerra.

Noticia do terra.com.br

Um grupo de pacifistas se concentrou hoje em frente à Casa Branca para pedir a libertação do jornalista iraquiano Muntazer al-Zaidi, atirando sapatos em um boneco do presidente George W. Bush.

A organização Code Pink, conhecida por suas ações contra o conflito do Iraque, organizou um ato em frente à residência presidencial para se solidarizar com Zaidi, que permanece detido desde domingo, quando atirou os sapatos no líder americano em uma entrevista coletiva.

"Em nome dos cidadãos americanos", "por tudo o que fez", "criminoso de guerra", gritavam os que participaram da manifestação.

Os representantes da Code Pink exigiram a libertação do jornalista, pediram o fim do conflito do Iraque e levaram um pedido às autoridades internacionais para que Bush seja julgado por crimes de guerra.

"Viemos aqui para nos solidarizar com o jornalista, para mostrar a todo o mundo que somos contra desta invasão ilegal do Iraque que começou em 2003", disse a ativista da Code Pink, Medea Benjamin, no ato.

Ela afirmou que a ação do jornalista "representa o sentimento de milhões de pessoas nos Estados Unidos", que não concordam com a guerra, e considerou que Zaidi "deveria ser libertado imediatamente e sem acusações".

Benjamin manifestou preocupação com o jornalista, que "foi detido, agredido e poderia passar vários anos na prisão", enquanto, em sua opinião, Bush é quem deveria estar preso.

Os ativistas também carregaram várias caixas de sapatos com os nomes dos iraquianos que morreram "na guerra de Bush" e que foram enfileirados em frente à Casa Branca.

Com este ato simbólico, desejavam representar todas as pessoas que morreram desde que começou a invasão do Iraque, em 2003, disse à Agência Efe Gael Murphy, uma ativista da Code Pink.

"Queremos lembrar a George W. Bush que o lançamento do sapato de Zaidi tem outro significado", disse.

"Estes sapatos simbolizam as pessoas reais, homens, mulheres e crianças que morreram devido às políticas desta Administração", acrescentou Murphy.

"Bush é diretamente responsável por 1,5 milhão de mortos iraquianos e 5 milhões de deslocados, além de mais de quatro mil soldados americanos", disse Murphy, afirmando que, por isso, deveria ser julgado.

Também participou do ato Geoffrey Millard, da associação de veteranos do Iraque contra o conflito, que agradeceu a ação do jornalista que, em sua opinião, "falou por todos que são contra a ocupação do Iraque".

O que faria Jesus

O Cyrus recebeu ontem o premio WWJD (What would Jesus do? – O que faria Jesus?) na escola.
Este e o lema da escola onde ele estuda e eles insentivam as criancas a imular Jesus e tomar suas decisoes no principio de “O que faria Jesus?” em uma dada situacao. O premio e reservado aos alunos que melhor se comportem de acordo com esse principio. Apenas 4 criancas de sua sala foram escolhidas.
Eu e a Cathy estamos super orgulhosos do (por enquanto) cacula e de sua evolucao na escola. A Emma recebeu esta comenda um vez tambem e ficou super feliz por seu irmao.
Particularmente, eu acho este lema muito legal. Ah, se todas as pessoas seguissem os passos de Jesus, mesmo que voce tenha uma diferente preferencia religiosa, podemos concordar que se tentassemos mais no nosso dia a dia seguir este exemplo teriamos um mundo muito melhor.
Um abraco para todos.

A estrela do Gremio.

Nos 25 anos da conquista do campeonato Mundial Interclubes, o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense escolheu uma estrela de verdade para simbolizar a vitória acontecida em Tóquio. A ação, chamada Estrela Grêmio, foi anunciada pelo time na noite de ontem, em evento oficial do tricolor.

A Estrela Grêmio está localizada na constelação de Órion, que pode ser vista de qualquer parte do mundo. Segundo a astrologia, Órion foi um caçador de proporções gigantescas. Localizado no pé do guerreiro, o astro representa a vitória do time contra o Hamburgo, em 11 de dezembro de 1983.

Essa é a primeira vez que algum time realiza uma ação do gênero. O hotsite comemorativo dos 25 anos, onde a estrela pode ser vista, pode ser visitado no endereço http://www.estrelagremio.com.br

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Ice Storm

Quando a temperatura esta abaixo de zero e chove, a agua da chuva, nada mais nada menos que pequenas bolas de gelo coberta de agua, cria uma camada de gelo sobre arvores, grama, carros etc... Se a sorte ajudar os dias precedendo a “ice storm”, ou tempestade de gelo, nao serao muito frios o chao permanece a temperaturas acima de zero evitando que o chao congele, mesmo assim em pontes e viadutos a o risco de “black ice” ou gelo preto, sobre o asfalto que e praticamente impossivel de ver e so se percebe ao perder o controle do carro. E se a sorte nao ajudar... bem, ai e impossivel dirigir ou ate mesmo caminhar sobre o gelo acumulado no chao.
Outro perigo da ice storm e a queda de arvore e rede eletrica. Se a tempestade durar por um longo periodo de tempo o peso do gelo acumulado nos galhos das arvores e fios eletricos acabam por derruba-los.
Quem sonha com “white christmas”, natal com neve e friozinho deve lebrar que, regioes com possibilidade de nevar tem esse tipo de problema tambem.
A tempestade de gelo e um fenomeno diferente de neve e ocorre quando o ar esta mais humido e acompanha uma queda drastica de temperatura. Neve ocorre quando o ar esta mais seco e a “chuva” congela completamente. Dirigir sobre neve nao e tao problematico quanto em uma tempestade de gelo mas, se a neve nao e limpa da estrada ela derrete na passagem dos carros e congela novamente pelas baixas temperaturas podendo criar assim o perigoso gelo preto. Por isso, vemos em filme as pessoas limpando a neve da calcada diariamente.
Ontem tivemos uma tempestade de gelo que comecou as 4 da tarde e durou toda a noite. Como as temperaturas nao estavam muito baixas (em torno dos 7ºC) antes de ontem o chao estava livre de gelo mas, demorou meia hora para limpar o gelo do parabrisa do meu carro e da porta que congelou e nao abria. Depois de tudo isso percebi o pneu vazio. Arrumei a garagem que estava cheio de caixas de decoracao de natal, abri espaco para colocar o carro e trocar o pneus, tive que tirar to o entulho do porta malas para pegar o estepe e descobrir que o maco e a chave de rodas nao estavam no carro. Liguei para a Cathy e ela voltou pra casa para me dar uma carona pro trabalho.
Para os conterraneos que ainda desejam ver neve no natal eu tenho uma sugestao. Olhem pela televisao que e muito mais confortavel.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Paixao volta pra sua casa.

O preparador físico mais vitorioso do futebol gaúcho pode estar voltando ao Olímpico. Segundo informações da Rádio Gaúcha, Paulo Paixão está em negociação adiantada para acertar seu retorno ao Grêmio para a disputa da Taça Libertadores de 2009.

Atualmente no CSKA Moscou, Paixão retornarsia ao Tricolor gaúcho para ocupar o lugar de Flávio de Oliveira, que está se transferindo para o Corinthians para a vaga deixada por Flávio Trevisan no Timão.

Foi no Grêmio que Paixão iniciou uma seqüência de grandes conquistas, entre elas a Libertadores de 1995 ao lado de Luiz Felipe Scolari. Ainda junto com Felipão, o profissional se sagrou pentacampeão mundial pela seleção brasileira em 2002, na Copa do Mundo da Coréia e do Japão. Em 2006, foi novamente campeão da Libertadores e conquistou o Mundial de Clubes, com um timinho.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Um semana especial

Mais uma vez na libertadores, quem sabe o ano que vem o Tcheco nao ser tornara o terceiro capitao america tricolor...
Sinceramente, nao acredito que o Gremio sera o campeao brasileiro. Mesmo que ganhe, goleie, massacre o Atletico MG no Olimpico monumental, sera muito dificil esperar que o Goias ganhe do Sao Paulo, num campo "neutro" com arbritagem de Vagner Tardelli. O Sao Paulo que segundo o Globo Esporte teve 7 pontos de erros de arbritagem no campeonato e de quem o Gremio venceu duas vezes, la e aqui. De qualquer forma, nao acredito que o tri-brasileiro venha este ano mas, no ano que vem temos libertadores e essa tem a nossa cara.

pero...

- A vida do Imortal Tricolor seria decidida a quilômetros de distância de casa. Éramos poucos, e ainda fomos sendo diminuídos, até restarem apenas sete. Anos e anos de glórias na marca do pênalti. Mas quando se veste o manto azul, preto e branco, é possível fazer o impossível. É possível escrever o maior capítulo de superação da história do futebol. - (www.gremio.net)

Para nos nada e facil e nada, absolutamente nada e impossivel...

"E SEM SABER QUE ERA IMPOSSIVEL ELE FOI LA E FEZ!"

Noticias do Brasil nos EUA.

Esta e a noticia do Brasil com maior repercursao hoje aqui nos EUA. A venda de 100 misseis de fabricacao brasileiro para o Pasquistao.

Do Estadao:

BRASÍLIA - O governo brasileiro aprovou na terça-feira, 2, a venda para o Paquistão de cem mísseis ar-ar, informou o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Segundo a Mectron, a fabricante, os mísseis são de curto alcance, supersônicos, dotados de um sistema de detecção de alvo por infravermelho e costumam ser usados em caças para perseguições a pequena distância. O acordo foi assinado em abril, mas dependia da aprovação de Brasília.
Jobim destacou que se trata de uma operação com o governo do Paquistão, ou seja, um negócio entre dois Estados. Os mísseis vão custar 85 milhões de euros, e a aprovação da operação, já referendada pela Força Aérea Brasileira (FAB), significa garantia do país em relação ao fabricante, a Mectron, por intermédio do Banco do Brasil e do BNDES.
Segundo Jobim, o fornecimento dos mísseis vai desenvolver a capacidade produtiva da empresa, elevando em 500% sua produção. Trata-se de empresa pequena, mas de alta tecnologia, que produzirá mísseis para equipar aeronaves, com capacidade de anti-radiação e possibilidade de destruir radares.

Absolvido promotor condenado pela midia.

Por José Paulo Lanyi em 2/12/2008

Em 30 dezembro de 2004, o promotor de justiça Thales Ferri Schoedl protagonizou um episódio trágico. Ele andava com a sua namorada Mariana Ozores Bartoletti pelas ruas da Riviera de São Lourenço, em Bertioga, no litoral paulista, quando deparou com um grupo de jovens que estavam encostados em um carro.

De acordo com o promotor, ouviu provocações de baixo nível acerca da beleza de Mariana e, ofendido, cobrou respeito. Foi, então, ameaçado de agressão. Em uma seqüência fracassada para tentar evitar o confronto físico, Schoedl, então com 26 anos, 1,70m, identificou-se como promotor, foi ironizado ("é promotor de balada!"), alertou estar armado, sacou a sua pistola 380 ("é arma de brinquedo!"), deu tiros de advertência para o alto e para o chão ("é de festim!"), deixou o local andando e, como nada disso adiantasse, teve de fugir correndo por cerca de 100 metros, ao lado da namorada, perseguido por um grupo que gritava "Mata!, Mata!".

Acuado, por fim, inferiorizado fisicamente e na iminência de ser espancado e assassinado por dois dos seus agressores, que tentavam tirar-lhe a arma, desesperou-se e disparou várias vezes. O jogador de basquete Diego Mendes Modanez, 20 anos, 1,94m, levou dois tiros e morreu no hospital; o estudante Felipe Siqueira Cunha de Souza, 20 anos, 1,98m, foi atingido quatro vezes, mas sobreviveu.

Condenado pela mídia

Confirmada por diversas testemunhas, inclusive as apresentadas pela acusação, como se verifica pela leitura do processo criminal 118.836.0/0-00, a versão foi considerada verdadeira pelos desembargadores do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo, composto pelo presidente, pelos desembargadores mais antigos e por uma outra parcela de magistrados eleitos. Por 23 votos a zero, Thales Ferri Schoedl foi absolvido por legítima defesa.

O Caso Veja


Tenho acompanhado o trabalho de Luis Nassif sobre a Veja. Estou enviando o link para quem tem pasciencia e estomago para ler essa trama.

CASO VEJA

Para ler mais Luis Nassif

Click aqui para o site do Nassif.

Para conhecer os outros jornalistas da trama...

Click aqui (se tiver estomago forte) para o blog do Diogo Mainardi.

Click aqui (se tiver estomago forte) para o blog do Reinaldo Azevedo.

Pra ingles ver... ou pra brasileiro?

Por Luis Nassif

A estratégia adotada por Daniel Dantas – de desqualificação de juízes e críticos em geral – faz parte do seu modo de operação já empregado em outras episódios. No caso brasileiro, a estratégia ficou demasiadamente exposta, graças ao estilo truculento e barra-pesada do advogado Nélio Machado, símbolo do que de pior existe na advocacia brasileira, o do advogado “esperto”, que se vale de todos os meios para alcançar os fins.

Como escreveu De Sanctis em sua sentença, ”concretamente neste feito, tal suposta conduta (uso de métodos não usuais) viu-se retratada, de forma particularizada, mas não menos clara e despudorada, atuando sempre por interpostas pessoas que, invariavelmente, seguem sua cartilha do ‘vale tudo’”.

Esse estilo foi adotado pelo Opportunity Fund nos julgamentos em Cayman e tornou-se um “listed case”, tema de livros e caso jurisprudencial para todos os países cobertos pela Corte Britânica – da Nova Zelândia à Jamaica, passando por Hong Kong e Índia.

Em vez de entrar no mérito da ação, o Opportunity lançou suspeição sobre o juiz. A alegação foi de que o juiz era canadense – e a ação ser movida pela canadense TIW.

Foi enviado um batalhão da Kroll para Cayman, tentando influenciar juízes e políticos. A estratégia passava obviamente pela compra de jornalistas, David Legger, especialmente contratado para escrever contra o Juiz.

Existem 3 instâncias na Justiça Britânica de Cayman: a Grande Corte de Cayman Islands, a Court of Appeal e o Privy Council, em Londres.

Essa estratégia permitiu uma vitória na Court of Appel em Cayman. Foi a única vez, aliás, que Veja tocou no assunto, em uma nota incorreta de autoria de Lauro Jardim.

Quando subiu para a instância máxima, o julgamento do juiz Kellock foi restabelecido de forma definitiva e o caso entrou para o “listed case”.

Esse mesmo modelo foi aplicado no Brasil. Em vez de se entrar no mérito do caso, houve um massacre do juiz De Sanctis, conduzido especialmente pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, por deputados, como Raul Jungmann e Marcelo Itagiba e por veículos e jornalistas cooptados.

Os jornalistas diretamente envolvidos nessa operação de “assassinatos de reputação” foram Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo e Lauro Jardim, pela Veja; Janaína Leite, pela Folha; Cláudio Humberto (através de seu site e como alimentador dos ataques de Mainardi); Leonardo Attuch e Márcio Chaer.

Entre os episódios centrais dessa imensa armação há o caso da tal tradutora italiana (levantada pelo Conjur e repercutido por Azevedo), o caso do relatório italiano (levantado por Mainardi e repercutido por Azevedo), os ataques difamadores contra jornalistas que insurgiam-se contra essas versões, conduzidos por Mainardi e Azevedo.

Assim como na Corte Inglesa, o episódio deveria servir para reflexões e criação de jurisprudência sobre esses métodos de “assassinatos de reputação”, para intimidar juízes e burlar a lei. É chantagem explícita, criminosa, que fere princípios básicos de aplicação de Justiça.

Mas quem definirá essa jurisprudência? Gilmar Mendes e seu desrespeito absoluto pela solenidade do cargo? Eros Grau e outros Ministros que praticamente condenaram o Juiz e jamais se pronunciaram sobre os métodos de Dantas contra o próprio judiciário? Essa formação atual do STF?

O país não está sob o império das leis. E a culpa definitivamente não é de De Sanctis. Caberá ao Judiciário um duro trabalho de impor novamente o primado da lei sobre o crime.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Vida Secas e Bolsa Familia

Fantastica materia de Juliana Krapp, JB Online.

RIO - O caçula é o livro: tem 70 anos. O mais velho, o cineasta: acaba de completar 80. O do meio é o fotógrafo: 72 nas costas.
Mas impossível chamar qualquer um dos três de “senhor”. Esbanjam juventude, com perdão do clichê. Reunidos, são o retrato do alvoroço luminoso que, vez por outra, revira as artes no país. Pura inquietude, hoje como há décadas.
Para marcar os 70 anos de lançamento do romance Vidas secas, de Graciliano Ramos, o Idéias promoveu o encontro do cineasta e acadêmico Nelson Pereira dos Santos com o fotógrafo Evandro Teixeira.
O primeiro transformou o livro, há 45 anos, no filme homônimo, considerado uma das obras-primas do Cinema Novo; já o segundo, um dos mais importantes fotojornalistas do país, assina o ensaio fotográfico que integra a edição especial da obra, a ser lançada na semana que vem pela Record, com imagens de Baleias, Fabianos e sinhas Vitórias de hoje, ao lado do texto original de Graciliano...

...

Evandro Teixeira combinou com o vaqueiro a morte do bode. Fotografou-a, passo a passo: o corte a faca, o derramar do sangue, o estiramento do couro. Duas horas depois do acordo, estava sentado na sombra, comendo bode ensopado, completamente à vontade.
– Foi um sonho fazer as fotos de Vidas secas. E foi fácil também. A força da fotografia facilita as coisas – conta o jornalista, que nasceu no interior da Bahia e visita a região todos os anos. – Além disso, conheço o sertão como a palma da minha mão. Sabia exatamente aonde ir.
Para Nelson Pereira dos Santos, que cresceu em São Paulo, no bairro do Brás, a experiência de rodar Vidas secas, entre 1962 e 1963, foi mais impactante:
– Eu nunca tinha visto flagelados de verdade até conhecer o sertão. Eram muitos famintos em uma mesma cidade – relembra, referindo-se também ao período em que circulou pela região para fazer documentários, ao lado do fotógrafo Hélio Silva, em 1958.
Para compor seu ensaio, Evandro fez diversas viagens, em 2008, pelo interior de Alagoas e Pernambuco, acompanhando o trajeto de Graciliano Ramos por aquelas terras.
Esteve em Quebrangulo, onde o escritor nasceu; em Buíque, onde viveu parte da infância; e em Palmeira dos Índios, de onde foi prefeito.
– Fui buscar os personagens do Graciliano, que hoje não são mais os mesmos – afirma. – A miséria ainda existe, claro. Mas o sertanejo está mais alegre, mudado. O Bolsa Família transformou a vida no sertão.
Mudados, sobretudo, por aquilo que o fotógrafo chama, na abertura do livro, de “um inegável olhar de esperança no futuro”. “Uma nova afetividade no homem do sertão” que, agora, testemunha “a convivência das parabólicas nos casebres com a tradição da fé religiosa, do jegue com a motocicleta”. É, para Evandro, “o novo velho sertão”, diferente daquele que era tão-só “árido, dramático e seco”.

...

Para ler mais click aqui

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Dia especial

Hoje vi meu bebe pela primeira vez na telinha do ultrason. Ele tem 1.27cm, e do tamanho de um grao de feijao e ja da para ver o coracaozinho a mil pelo Brasil.
Acordei as 5 da manha para vir trabalhar as 6, arrumar tudo que precisava para sair as 8 e encotrar a Cathy no hospital. Estava frio, nevando um pouquinho, e a unica coisa que eu pensava era neste encontro com meu feijaozinho.
E realmente um milagra pensar que uma coisinha tao pequeninha ja e um novo ser humano, e incrivel pensar nas possibilidades, no potencial que ele(a) tem. Todos nos ja fomos feijaozinhos e hoje complexos, cheios de sonhos e realizacoes, pensamentos, vontades, sentimentos. O que o futuro trara para este novo ser eu nao sei mas, de mim, de minha familia, eu sei o que ele pode esperar. Muito carinho, suporte, educacao... enfim, todo amor deste mundo.
Celebremos entao este feijaozinho que em breve estara por aqui, completo, saudavel, para nos lembrar que a cada dia, a cada batida do coracao existe um novo milagre para quem esta disposto a vive-lo.

Beijo especial a todos!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Recompensa...

Hoje fui almocar com a Cyrus na escola. A Cathy estava substituindo a professora dele hoje. Sandwishe de galinha, milho, salada e pessego em calda para sobremesa. Depois do almoco os coleguinhas dele pediram para mim ficar pro intervalo e jogar bola no patio da escola com eles.
Dividimos os times e jogamos futebol num dia lindo de outono, ceu limpo, temperatura agradavel e uma brisa que faz lembrar Rio Grande em seus melhores dias.
O Cyrus e muito ruim de bola. Agora sei como deve ter sido frustrante pro meu pai me ver jogar na rua. Isso que ao contrario dos outros meninos da classe ele treina. E legal que aqui as meninas jogam tambem e elas sao mais competitiva que os garotos.
Foi bom de mais, suei correndo com a criancada, vi quem sera muito em breve minha esposa e filho. Tive sobremesa, corri, cai, sorri... Quem dera todos tivessem a oportunidade de pelo menos uma vez por semana saber o que e esse sentimento de felicidade nas coisas simples.
Hoje a noite o compromisso e com a Emma. Ela fara sua primeira apresentacao no coral da cidade. Sera de musicas de natal em umas das muitas igrejas daqui. Amanha ela tem outra apresentacao em uma cidade a 60km de Fort Smith.
Mas ter filho aqui e assim, faz mais falta um chofer que uma baba. E correndo com eles de uma lado pro outro, entre treinos de futebol, basebol, ensaio de coral, teatro e festas de aniversario vamos marcando presenca na vida deles e recebendo momentos com hoje no almoco.

Fausto De Sanctis

Sou fa do Juiz De Sanctis. Com tantos desparatos de Gilmar Mendes, presidente STF, e no juiz Fausto De Sanctis, emblema desta nova geracao (nem tao nova assim) de juizes corajosos e de principios que coloco minhas esperancas num pais melhor e mais justo.
O juiz De Sanctis recusou sua promocao a desembargador.
Abaixo, sua nota comunicando a decisao:

"Diante do interesse público gerado acerca da inscrição para a promoção por antiguidade deste magistrado ao Egrégio Tribunal Regional Federal da 3ª Região, cabe-me esclarecer o que segue:

1. Este magistrado tem conhecimento da relevância do cargo de Desembargador Federal do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, maior Corte Federal brasileira, que compreende causas oriundas dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul;

2. Manifestações apoiando a minha promoção foram realizadas, como também não a apoiando, estas últimas em especial por parte de brasileiros que desconheço, mas que confiam no trabalho deste magistrado. Agradeço a todos sem exceção;

3. Durante os últimos 30 dias do prazo para a inscrição à promoção, houve de minha parte intensa reflexão, que tem sido para mim árdua porquanto a antiguidade, como critério objetivo, constitui-se, por ocasião de sua incidência, o momento natural de promoção do magistrado, daí a relevância deste esclarecimento à população;

4. A perplexidade, contínua, tem me revelado, quiçá, que a decisão não se encontraria madura para ser adotada de imediato. Tratar-se-ia de decisão pautada na incerteza, fato que poderia levar a interpretações equivocadas e teoricamente incompreensíveis para um magistrado;

5. Não se trata de menoscabo ou desprezo de cargo relevante, muito menos de apego ou desapego;

6. De certo em alguns meses novo edital de promoção possivelmente se efetivará e novas vagas surgirão, de molde que esta minha decisão é temporária;

7. Importante pontuar que num Estado de Direito não há espaço para pessoas insubstituíveis, caso em que significaria a total falência das instituições;

8. O trabalho que está sendo executado na Sexta Vara Federal Criminal de que sou titular por muitos anos, com a importante ajuda de um corpo de abnegados funcionários, não se restringe a esta ou àquela hipótese, mas a uma soma de ações que visa a melhor entrega da tutela jurisdicional;

9. A inamovibilidade do magistrado afigura-se prerrogativa justamente para permitir a sua remoção ou promoção quando do momento considerado apropriado. Trata-se de um direito subjetivo e necessário;

10. Não é a primeira vez que um magistrado deixa de se promover a um Tribunal por vontade própria e, provavelmente, nem será a última. Há muitos casos tanto na esfera federal, quanto na estadual;

11. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região e seus membros são merecedores de grande respeito pelo que representam e realizam. Acredito na Corte Federal e na sua importância. Contudo, não é possível adotar uma decisão sem estar inteiramente convencido de seu acerto;

12. Acima de tudo, o respeito e a dignidade do ser humano sempre têm que ser preservados, não importando a profissão ou o cargo que ocupa ou o local onde é exercido. Juiz é sempre juiz, independentemente da instância ou de sua nomenclatura."

Para quem nao le jornal ou ve TV, O Juiz De Sanctis foi quem mandou Daniel Dantas duas vezes para a cadeia em um dia. (Gilmar Mendes foi quem mandou soltar). O Juiz De Sanctis, recusando a promocao, continuara no comando do processo contra Daniel Dantas e sua patota.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O Grande milagre


Apesar de todas as diferencas entre os homens nossos valores e crencas mais profundas nos aproximam instintivaly e faz da humanidade este ser quase divino que e capaz das maiores maravilhas.
Cada homem e um ser unico, com singular experiencias e singulares respostas para o mesmo problema. A maior prova da individualidade do ser humano esta em sua relacao com Deus. Religioes desde sempre tem tentado uniformizar esta relacao e regular a fe dos homens como individuos mas, mesmo em uma religiao com milhoes de adeptos nao se encontrara dois participantes que tenham identica ideia e que experenciem Deus da mesma forma. Nao digo isso como uma critica a religiao mas, como um exemplo de quanto cada um de nos e diferente e unico.
Mesmo com todas essas diferencas e sendo criaturas singulares o homem encontra na associacao o fator comum que nos une e nos projeta. O homem necessida dessa associacao para simples sobrevivencia. De todos os animais do planeta o ser humano e o que necessita mais tempo e atencao da mae e da familia para sobreviver. Esta caracteristica segundo a antropologia e o que nos da a imensa vantagem sobre os outros animais. Esta fraquesa nos permite tempo o suficiente para aprender as experiencia das geracoes anteriores. Imagine se cada geracao nao pudesse passar seu conhecimento para a proxima. Quantas geracoes foram necessaria para que aprendessemos plantar nossos alimentos e quanto conhecimento acumulado desde da historia antiga foi necessario para o desevolvimento do mundo como conhecemos hoje?
A virtude de nosso progresso nao deve ser relacionada a um unico fato ou individuo mas, sim na capacidade do homem viver seus dias como se fosse imortal, sendo a morte sua unica certeza. A virtude sempre esteve no trabalho desenvolvido e passado por geracoes e na associacao deste numero infinito de individous e suas experiencias. E a cada primavera uma nova geracao ira receber a heranca do conhecimento acumulado por seus ancestrais e passar adiante com um pequena parcela extra do que foi aprendito, desenvolvido e experienciado por si mesma.
Este e o grande milagtre da humanidade.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O bom e o ruim

Ela era uma jovem talentosa e rica. Jamais conhecera dias ruins.
Crescera entre os livros, a arte e as horas de lazer.
Mas então decidiu deixar o lar paterno. Tinha sonhos grandiosos.
Inscreveu-se em um curso em país europeu e partiu. Meses depois, surpreendeu a família informando que pretendia não mais retornar à casa.
Identificava-se de tal forma com os costumes e a vida do país onde se encontrava, que se decidira por não retornar à terra natal.
Conseguir emprego para se manter foi um desafio. Falando fluentemente o inglês e o alemão, venceu barreiras.
Em uma tarde de passeio encontrou um rapaz, tão jovem quanto ela própria, e se apaixonou.
O namoro durou alguns meses, depois veio o matrimônio. Ele era escocês e logo ela descobriu que eram muito diferentes.
Ele manifestava atitudes que a magoavam profundamente. Ela se sentia só e infeliz.
Idealizara uma vida serena, a dois, e tudo o que encontrava a cada dia eram problemas se somando a dificuldades.
Recordou-se do aconchego materno e passou a telefonar para sua mãe, nas horas da madrugada, quando se sentia mais desesperada.
Não agüento mais, disse uma noite.
Que posso fazer, a tantas milhas de distância? Perguntava a mãe.
Servindo-se de palavras doces, foi acalmando a filha. E, por fim, lhe disse:
Filha, apanhe um sabonete e escreva num espelho: “Isso vai passar.” Amanhã lhe telefonarei.
Quando a noite foi vencida pela madrugada ridente e as horas vespertinas se anunciaram, ela telefonou para a filha.
Em prantos, a moça lhe disse:
Eu escrevi, mamãe, como você mandou. Mas não adiantou nada. Nada passou.
Do outro lado da linha, a voz firme da mãe se fez ouvir:
Torne a apanhar o sabonete e embaixo da frase, escreva agora: “O bom e o ruim.”
A filha não conseguiu entender muito bem o que a mãe lhe desejava dizer com aquilo, mas obedeceu.
Então, quando o telefone tornou a tocar, na rica residência dos pais, a voz da filha estava mais calma:
Eu entendi, mamãe. Entendi que devo analisar as coisas positivas, não somente ressaltar as questões ruins do meu casamento.
Escrevi tudo o que de bom já vivi com John. Quando comecei a relacionar as coisas ruins, percebi que não eram tantas quanto supunha.
Vou reformular minha vida. Vou tentar outra vez. Desejo ser feliz com ele.
Aliviada, a mãe percebeu que alcançara o objetivo. A filha estava analisando fatos e opiniões.
* * *

Não existem na Terra casamentos perfeitos. Existem, sim, casamentos harmoniosos, porque o casal se empenha em amenizar as diferenças, preocupa-se em renunciar a meros pontos de vista.
Tudo em prol da boa convivência.
Não se cogita de anulação da personalidade de um ou outro, somente em ajuste de entendimento, com paciência e boa vontade.
Mesmo porque, acima e além de tudo, existe o amor.
E o amor é capaz de superar diferenças. Promover a paz e solidificar a união.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

D de distancia

A parte mais dificil de viver longe do lugar onde nascemos e essa divisao no coracao da gente. Sempre gostei mais de multiplicacao que e o expoente de soma que divisao, a sequencia de subtracoes.
Hoje nao poderia estar mais feliz do que sou, aqui. Encontrei uma mulher maravilhosa, alem de inteligente e de eu ser extremamente atraido por ela, a Cathy tem o maior coracao que ja encontrei, ela dedica todos os minutos de seu dia para nossos filhos, para nossa familia. E assim que ela e feliz. So encontrei uma outra pessoa com esse tipo de dedicacao incondicional a sua familia. E meu pai casou com ela.
Esta semelhanca de valores, semelhanca de familia que hoje eu tenho aqui, me faz sentir muito mais proximo de casa mas, ao mesmo tempo faz a saudade apertar. Principalmente quando olho pro meu filho e lembro do meu pai. Como eles seriao felizes juntos... E milha filha iria a loucura se tivesse a oportunidade de conviver com a minha irma, Cintia, de quem ela me lembra tanto. Eu posso imaginar as horas incontaveis de conversa entre minha mae e a Cathy. E os padrinhos do(a) mais novo(a) da familia paparicando o novo afilhado.
A mente da gente e um coisa fabulosa. Como ela pode criar realidades, universos inteiros, feitos apenas na imaginacao da gente!?
Entao fica este esforco imenso de tentar unir o que esta dividido pela distancia e multiplicar as novas experiencias pelas lembrancas.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Fenomeno Obama

Para entender o impacto do fenômeno Barack Obama no imaginário do militante americnao, uma carta recebida pelo comentarista Lücio Ásfora, de uma brasileira que caiu de cabeça na campanha:

Com bastante atraso, sento no teclado para agradecer os muitos votos de parabéns que recebi na semana passada. O choro não está mais à flor da pele, como nos primeiros dias após a eleição de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos.

Quando, no dia 04, anunciaram que ganhamos Wisconsin, não foi choro que veio mas alegria pura, alívio total, exaltação. Pulamos, gritamos, nos abraçamos. Quando no dia seguinte soube que ganhamos Wisconsin, 52% a 46%, vieram as lágrimas outra vez. Afinal, Kerry levou o estado de Wisconsin em 2004 por uns 13.000 votos. Desta vez, foi por 420.000. Eis a diferença entre votar contra Bush e votar a favor de um candidato que inspira, que emociona.

Quando soube que ganhamos aqui no condado de Dane por 73% dos votos, chorei. Quando li no jornal que decretaram feriado nacional no Quênia, também chorei. Quando, pela vigésima vez, vi Obama discursando em Chicago na noite das eleições, pela vigésima vez vieram as lágrimas. Quando ouvi na rádio, pela primeira vez, alguém falar “president-elect Obama”, chorei (e todo mundo nas estações que escuto encontra desculpa para encher a boca e pronunciar essas palavras).

Quando recebi as mensagens de parabéns “aos Estados Unidos e ao povo americano”, chorei. E quando uma amiga na Rússia mandou “como presente” a letra completa da música de John Lennon Imagine there’s no countries…lágrimas não bastavam, caí no pranto.

Pela primeira vez desde o dia 11 de setembro de 2001, senti o mundo solidário com os Estados Unidos, e dessa vez não por razões trágicas, mas triunfantes.

Como não sou dada a sentimentos de orgulho, não posso dizer que cheguei a sentir orgulho do meu país, mas pela primeira vez em muitos anos, não senti vergonha de ser “American”. Mais espantoso para mim, essas palavras que sairam da minha boca sem convite: “meu país” (Está bem: um dos meus países!). A vitória de Obama, a vitória de milhões de norte-americanos, me ajudaram a aceitar esse acidente de nascença que chamamos de nacionalidade.

Tantas ‘primeiras vezes’ aconteceram juntas, grandes e pequenas, e nós aqui, nós que trabalhamos tanto para esse resultado, passamos vários dias em estado de choque, de euforia, de choro à flor da pele, de esperanças renovadas.

Começando pelo óbvio:


Pela primeira vez, os Estados Unidos elegeram um presidente negro.

Uma das perguntas feitas muitas vezes nos meses dessa campanha, foi: “Será que os Estados Unidos estão prontos a eleger um presidente negro?” Quando me dou conta de que não só fomos capazes dessa façanha sábia, mas que (por favor me corrijam se eu estou errada) somos a única nação de maioria branca no mundo a eleger membro de uma minoria como presidente, volto à sensação de estar vivendo um sonho, a minha sensação talvez algo ingênua de que um mundo melhor é sempre mais possível do que nossas amarguras nos permitem acreditar.

Pela primeira vez em época de guerra, os Estados Unidos elegeram um presidente que é contra a guerra.

Pela primeira vez, ouço da minha querida amiga Lyuda, na Rússia, que ela tem inveja de mim por eu morar nos EUA. Lyuda, que nunca quis conhecer esse país, que ama apaixonadamente sua pátria, mesmo reconhecendo muitos defeitos, que me falou em 2000, após a primeira eleição de Bush: “Não precisa ter vergonha; nós também sabemos como é ter um presidente burro”. Lyuda agora me diz ter inveja de eu poder votar e eleger um candidato que reflete a vontade do povo.

Pela primeira vez na vida dela, uma prima brasileira minha rezou para que um candidato fosse eleito à presidência.

Pela primeira vez na vida dela, uma prima minha norte-americana deu dinheiro para um candidato político. Aliás, como sabem, foi o caso com muitos eleitores.

A campanha foi construída em cima de gente do campo da “primeira vez”. Isso inclui até a Joan Baez, que pela primeira vez, apoiou candidato em campanha presidencial.

[Baez em entrevista à CNN: I've never seen this country this politically charged. I realized something this morning. I was watching Obama on TV and I thought, "I really love this guy." I love what he's capable of, I love that he's genuine. He's a statesman, and he's brilliant. People say do you think he can change America? He already has. ...]

Não foi uma vitória do partido Democrata mas das “Obama Mamas”, dos eleitores de primeira viagem (dois terços dos quais votaram em Obama), da senhora de 81 anos que fazia campanha de porta-em-porta com a filha, até uma semana antes da eleição, quando ela foi diagnosticada com câncer e, muito contrariada, teve que parar (não é folclore, ouvi da boca da filha).

Nas trincheiras foi assim: “community organization at its best”. Uma sede central em Madison, com a cidade dividida em equipes de bairro e, só Deus sabe por quê, designadas por cor. Aqui, no canto sudoeste da cidade (que é capital do estado e sede da University of Wisconsin, com 50.000 alunos), fizemos parte da equipe azul, e nos batizamos os “Barack Blues”. A maioria do pessoal da sede eram jovens contratados pela campanha (“contratados” talvez dê uma impressão errada, na medida em que não receberam tanto dinheiro quanto uma bela entrada a mais no currículo). Fora deles, todos voluntários. Desde agosto, como membros dos Barack Blues, fazíamos uma breve reunião cada terça-feira para discutir a campanha; cada quarta-feira, havia uma noite de “phone banking” (atividade em que o próprio Obama participou, até no dia 04, ligando para eleitores) e cada fim de semana, fazíamos rodadas de porta-a-porta, para identificar eleitores de Barack ou convencer os indecisos.

O elenco do nosso bairro: várias aposentadas e alguns aposentados, a maioria novatos na política. Um garoto com insuficiência cardíaca, que andava de Segway. Todas as faixas etárias (um pai que levava os filhos adolescentes juntos; uma mãe que levava os filhos pequenos). E todo sábado aparecia mais alguém que ia fazer o “canvassing” (porta-a-porta) pela primeira vez na vida.

No “canvassing”, perguntamos aos não-decididos qual o problema nacional que mais os preocupava e, a partir da resposta, explicamos porque acreditávamos que Barack seria mais capaz de enfrentar a questão, falando da forma mais pessoal possível.

“As ordens” foram claríssimas: nada de bate-boca com gente que apoiava McCain, nada de debate agressivo, mas tudo no sentido de procurar terreno comum. Ah sim, e após a indicação de Sarah Palin, nem tocar no nome dela, mas controlar nossa vontade de criticá-la.

Enfim, era para nós seguirmos o exemplo do próprio Barack, que se recusou a baixar o nível até o final, apesar de eu e muito outros acharem em certos momentos que era isso mesmo que precisava fazer. Outra vitória para a dignidade: ele nos provou errado. Como é bom ser errado de vez em quando.

Nas últimas semanas, redobramos nossos esforços nos telefones, desta vez não só procurando persuadir os indecisos, como também conseguir voluntários para os últimos 4 dias da campanha, quando foi feito o maior esforço de arregimentação de votos (Get Out the Vote, ou GOTV) na história política norte-americana.

Um aparte: indecisos? Um mês antes da eleição? Depois da indicação da Sarah Palin? Que gente é essa? Só podia ser burro, né? Pois uma dessas indecisas foi uma jovem mãe que estava estudando as plataformas dos dois candidatos a fundo, surfando a Internet, lendo tudo a respeito. De nós, queria saber mais sobre o plano de impostos. Batendo papo com ela na calçada, a vizinha do lado, fã de Barack, entrou na conversa e eu e Michael fomos embora confiantes de que a própria vizinha ia continuar o trabalho que nós começamos.

Outro indeciso foi um sujeito de uns 40 anos que ficou nos ‘testando’, numa conversa que durou quase meia hora. “Desenvolver energia alternativa vai demorar anos. Obama está errado em rejeitar desenvolvimento de campos offshore”. “Sarah Palin, afinal, foi eleita governadora, tem uma boa experiência executiva como prefeita”. E assim foi. Difícil não desesperar em certas horas, não gritar, “Ser prefeita de uma cidade de 5.000 habitantes não significa *** nenhuma de experiência executiva, sua idiota!” Em vez disso, dizer (como Michael disse): “Fui criado e passei boa parte da minha vida numa cidade de 5.000 pessoas. Conheci todos os prefeitos durante esse tempo. Foram pessoas boas, que eu respeitava. Mas nenhum deles seria capaz de governar o país”. Pois às vezes foi isso: passar além da histeria para dizer o mais-do-que óbvio numa voz calma, ao nível pessoal, ao nível que fazia o interlocutor também pensar em termos pessoais (quem é que não conhece alguém prefeito de interior nesse país de interior?)

Só duas coisas estavam meio raras durante a campanha aqui no meu bairro: membros registrados do Partido Democrata e afro-americanos.

Moramos num estado e numa cidade brancos, onde somente 6% da população é negra (comparada com 12,8% para os EUA como um todo). Um bom número dos afro-americanos na cidade de Madison -- ou seja, cerca de 12.000 pessoas -- moram num bairro só. (Preciso dizer que é o mais pobre e inseguro da cidade?). Desde agosto, acredito não ter falado com mais de duas dezenas de pessoas de cor na campanha, incluindo as casas visitadas.

Foi só no dia 04 de novembro que me dei conta de que éramos um bando de brancos trabalhando para eleger um negro.

Porque não éramos: éramos pessoas trabalhando para eleger um homem que enxerga o que temos em comum uns com os outros, não o que nos divide; um homem que sabe sermos todos de cor: alguns de cor negra, outros de cor vermelha, outras de cor branca. Outro espanto desse processo, outra razão para festejar esse momento da história.

Pela primeira vez, não há mais racismo nos EUA.

Sim, declaração absurdamente apócrifa. Mas estamos curtindo uns dias de achar tudo um pouco mais perto do possível, de achar que podemos ser melhores do que sempre fomos.

Elegemos o primeiro presidente negro. E atualmente só temos um senador e um governador afro-americanos. Avançamos por polegadas e por pulos quilomêtricos.

Como eu não tenho assinatura a jornal, no dia 05, saí a procura de um com aquela manchete [!]. Pela primeira vez na minha vida, não encontrei jornal nenhum nas bancas – nenhum “Wisconsin State Journal”, nem “Milwaukee Sentinenal”, nem “Chicago Tribune”, muito menos “New York Times”. Quando entrei na loja de conveniência, veio uma mulher logo atrás, dando grito de desespero. Vendo minha cara de igual decepção, e meu button de Obama, ela disse que já tinha procurado pelo bairro inteiro. Estávamos as duas pulando de energia. Reclamamos que não decretaram feriado nacional. Saímos juntas, felicíssimas de estarmos sofrendo essa frustraçãozinha.

Fui então à farmácia, perguntando pelo jornal. A caixa, uma linda moça negra, me explicou que já havia fila na porta quando a loja abri de manhã e que levaram todos os jornais. Quando ela me perguntou onde eu havia conseguido o button de Obama, eu disse que tinha mais em casa, e dei para ela. E pela primeira vez, ficamos batendo um papo demorado. Ela me estava falando da felicidade dela em saber que a filha, de 4 anos, poderia um dia abrir um livro de história e ver…e aí parou, olhou para minha cara e não sabia como terminar. Talvez lembrando-se dos ataques feitos à Michelle Obama, depois dela ter declarado durante as eleições primárias, que “pela primeira vez, senti orgulho de meu país”. Pela enésima vez, eu e a moça lembramos que habitamos mundos circunvizinhos porém distintos. Sim, ela sabia que eu apoiava Obama, mas e daí? Até que ponto eu poderia entender os sentimentos dela nesse momento?

Como foi a emoção, o sentimento, de um afro-americano ao ver um negro eleito presidente? O que passou pela cabeça, pelo coração? Aquele rapaz de 15 anos num bairro pobre, que só ouve “não pode” da sociedade? Podemos nos emocionar com as caras e as lágrimas de Jesse Jackson e Oprah Winfrey, e certamente com a letra de Will.I.Am em “It’s a New Day”: I went to sleep last night tired from the fight. I’ve been fighting for tomorrow all my life. Yeah, I woke up this morning feeling brand new, cause the dreams that I’ve been dreaming has finally came true). Afinal, desde os anos sessenta, batalhamos por um dia novo, e tivemos nossas conquistas, como foi a campanha pelas diretas já. Mas a experiência negra americana é sui generis.

Whoopi Goldberg, no programa The View, falou mais ou menos assim: “sempre me senti americana, com toda a promessa desse país. Nunca senti que eu não pertencia. Mas de repente, depois de anunciada a vitória de Obama, tive a sensação que finalmente eu podia largar a minha mala”.

No nível socio-cultural, só posso respeitar as palavras da Whoopi sem entendê-las ao fundo. Porém, no nível pessoal, reconheço-me, e, egoisticamente, dou-me conta de que essas eleições me trouxeram um ganho inesperado. Pela primeira vez, desde que saí do Brasil em 1999, e apesar das imensas saudades com as quais convivo diariamente, finalmente posso largar minha mala também. Pela primeira vez, sinto-me em casa neste país que fiz meu."

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O chamado

Tem certas historia e estorias das cidades do interior do Rio Grande do Sul que sao no minimo curiosas. Com personagem peculiares como Dircei "Loca", Joao "Loco", Jorge Americo... Hoje lendo as noticias do Brasil me deparei com mais uma dessas curiosas historias.

Idosa morre ao ser atingida pelo caixão do companheiro

Uma mulher de 67 anos morreu na madrugada desta segunda-feira (10), depois de ser atingida pelo caixão do seu companheiro.
Segundo a assessoria de imprensa do Comando Rodoviário da Brigada Militar, a idosa estava no veículo da funerária, que transportava a urna de Tapes para Alvorada (ambas no Rio Grande do Sul), pela RS-717. Um carro bateu na traseira e o caixão acabou se deslocando e atingindo a vítima.

Desse, nem a morte a separa.

Aos inimigos a Lei.

Do blog do Nassif:


Há uma curiosa característica da formação cultural brasileira, que nem sei se chegou a ser explorada por Sérgio Buarque de Holanda e outros intérpretes da nacionalidade. É a chamada legalidade seletiva – uma versão do conhecido “aos amigos tudo; aos inimigos, a lei”.

Tem-se um país institucionalmente macunaímico, em que pequenas e grandes malandragens, pequenas e grandes ilicitudes são aceitas no jogo, sem o menor pudor. Quando se quer apanhar algum adversário ou se manipular os dados a seu próprio favor, o agente invoca as distorções seletivamente.

Exemplo? A lista dos mais vendidos da Veja (clique aqui). A lista é uma burla, do ponto de vista da metodologia adotada. Cada editora manda sua lista de livros. Para turbinar os lançamentos que interessa, apresenta como vendidos livros em consignação – aqueles entregues às livrarias, mas não vendidos ainda. Conversava outro dia com um amigo, dono de editora, e ele me confirmava que TODAS procedem assim.

A revista aceita as distorções porque permitem, a ela própria, apontar seletivamente uma ou outra editora como incursa naquela prática, para poder chegar ao resultado que pretende Foi assim para tirar da lista um livro que atacava a Abril, ou para um diretor da Veja -- Mário Sabino – incluir o seu livro entre os mais vendidos.

Dou esta volta toda para analisar esse carnaval em torno do vazamento de informações dessas operações da Polícia Federal. É um procedimento abusivo, sim. Só que foi feito durante anos e anos com cumplicidade com a própria mídia.

O carnaval em torno da Lunus – que liquidou com a candidatura da Roseana Sarney - em torno do dinheiro dos “aloprados” – com direito até a arrumar o cenário para melhorar a fotografia. Antes disso, a capa da Veja com os grampos da operação Sudene, a prisão (com algemas) do senador Jáder Barbalho, a prisão de Paulo Maluf, de Lalau.

A única vez em que o estardalhaço virou crime foi na Satiagraha, justamente a operação que investigou o maior leque de corrupção já montado no país, que provavelmente chegou ao núcleo da corrupção institucional que, nesses anos todos, envolveu empresários, políticos, magistrados, imprensa.

Significa que aquele carnaval anterior, das prisões e algemas, era defensável, por ter como alvo Daniel Dantas? Não. Acho mesmo que, em um país sério, ao final do trabalho, Protógenes deveria receber uma condecoração pelo trabalho realizado e uma suspensão pelo carnaval na mídia. Mas tudo isso dentro do campo funcional da Polícia Federal. E sem utilizar o carnaval como álibi para abafar as investigações.

A impressão que passa não é a da preocupação em coibir abusos, mas de uma ação pesada para inibir a divulgação dos dados levantados pela Satiagraha e desmoralizar não apenas o trabalho de coleta de provas da PF, mas a ação do juiz e do Ministério Público.

E qual o estopim de toda essa investigação? Um provável crime de imprensa:

Segundo a Veja desta semana:

“Já se sabe que os espiões fizeram de tudo, inclusive grampearam ilegalmente os telefones de várias autoridades, conforme VEJA revelou há dois meses, apresentando um diálogo interceptado entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). A conversa telefônica, confirmada pelas duas autoridades, foi obtida com um araponga a serviço da Abin.”

Já se sabe quem? A Veja sabe? Então por que não mostra? Aquelas generalidades contidas na capa do grampo não passariam pelo crivo de nenhuma publicação séria deste país.

Ou seja, o motivo do inquérito é a provável trama do grampo. E dessa provável trama participaram Gilmar Mendes, um senador da República e a revista Veja. Com base na mera reprodução de um diálogo, sem sequer apresentar gravações ou o papel em que foi feita a transcrição da conversa, duas corporações foram acusadas – a ABIN e a PF -, criou-se uma guerra interna terrível no serviço público.

Nenhum movimento desses paladinos da legalidade para instaurar um inquérito que seja para apurar se o grampo existiu e, não comprovando sua existência, processar os envolvidos.

Agente provocador

Agora se tem um presidente da mais alta corte batendo boca, atacando o juiz de primeira instância, em um abuso de autoridade inédito.

Além de presidente do STF, Gilmar preside o Conselho Nacional de Magistratura. Tem influência não apenas sobre o resultado final de parte dos processos mas também sobre o dia a dia da magistratura. Mais ainda, depois de conseguir 9 magistrados do seu lado, nenhum sequer ousando contestar sua atuação pública, tornou-se o Imperador do Supremo.

Quando investe contra o juiz, sua intenção óbvia é influir na decisão do juiz ou das cortes superiores. Se isso não for atropelar os procedimentos democráticos, o que seria? E esses varões de Plutarco,defensores da ordem democrática, contra o estado policial, assistem calados, ao estupro diário da Justiça.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Emma e Alexandre o Grande

A Emma precisa ler uma biografia para a escola e escrever um relatorio. Ela queria primeiramente fazer sobre Barack Obama mas, eu e a Cathy sugerimos ela a utilizar um personagem do tempo da historia que ela esta estudando na escola. Entao, surgiram nomes como Cleopatra, Julio Cesar, Platao e Alexandre o Grande.
Ontem fomos a uma enormer livraria, onde meu pai se comportaria como uma crianca no parque de diversao, e pegamos alguns livros sobre estes personagens. Como um grande fan da historia de Alexandre o Grande nao dei muita opiniao para nao influenciar a decisao dela, mas depois de ler a sinopse dos livros ela ficou extremamente impressionada com a historia deste homem que mesmo morrendo com apenas aos 32 anos tinha conquistado todo o mundo conhecido e explorado terras desconhecidas do seu imperio. Acabamos comprando dois livros sobre Alexandre.

Cyrus engenheiro!?

Nao sei se pra minha alegria ou para minha preocupacao, nao existe duvida sobre a profissao que o Cyrus ira exercer no futuro. Ele ja e um pequeno engenheiro.
Explico: Nao existe brinquedos mais interessantes pra ele do que os de montar e desmontar. Ele e o rei dos legos. Passa horas no quarto e quando sai vem me mostrar o predio, fortaleza, barco ou carro que criou com as pecas. Outro brinquedo que ele adora e um castelo enorme que ele tem que pode montar de diversas formas diferente.
Ontem levei ele ao super para comprar um brinquedo que ele queria e economizou por 6 semanas a mesada e os trocados que ele ganha limpando o jardim dos avos dele. E adivinha? O brinquedo e uma fabrica de bonecos onde ele coloca: bracos, pernas, cabecas e troncos numa linha de montagem e gira um botao para comecar a fabricacao. Montou todas as partes do brinquedo sem minha ajuda e sem olhar o manual de instrucao.
Mas existe esperanca. Ele gosta muito de animais e a unica coisa que ele assiste alem de desenhos e o planeta animal. Nos temos um jogo de perguntas sobre ecologia e ele e craque. So tem um problema, ele nao toca em bicho. Esse negocio de fazer carinho em coelhinho nao e com ele.
Entao quem sabe um engenheiro de ambiente nao esta surgindo?

Obama, discurso da vitoria!

“Oi Chicago,
Se existe alguém que continua duvidando que os Estados Unidos são um lugar onde todas as coisas são possíveis, que ainda interroga-se se o sonho de nossos fundadores continua vivo em nosso tempo, que continua questionando o poder da nossa democracia, esta noite é sua resposta.
Esta é a resposta dada por filas que se extenderam ao longo de escolas e igrejas em números que esta nação nunca viu antes, por pessoas que esperaram 3, 4 horas, muitas pela primeira vez em suas vidas, porque eles acreditaram que agora precisa ser diferente, que vocês poderiam ser esta diferença.
Esta é a resposta dada por jovens e velhos, ricos e pobres, Democratas e Republicanos, pretos, brancos, hispânicos, asiáticos, índios, homossexuais, heterossexuais, deficientes e não deficientes, americanos que enviaram uma mensagem para o mundo, que nós nunca fomos apenas uma coleção de indivíduos ou uma coleção de estados vermelhos e azuis (vermelho é a cor do partido republicano e azul a cor do partido democrata).
Nós somos, e sempre seremos, os Estados Unidos da América.
Esta é a resposta que liderou aqueles que, por tanto tempo e por tantos, escutou que deveria ser cínico, medroso e desconfiado sobre o que nós podemos conquistar ao colocar nossas mãos no arco da história e dobrá-lo mais uma vez na direção da esperança de um dia melhor.
Foi um longo tempo, mas nesta noite, pelo que fizemos nesta data, nesta eleição, neste momento decisivo, a mudança veio para os Estados Unidos.
Um pouco antes nesta noite, eu recebi um extraordinariamente cordial telefonema do senador McCain.
Senador MaCain lutou duro e por um longo tempo nesta campanha. E ele lutou ainda mais duro e por mais tempo por este país que ele ama. Ele fez sacrifícios pelos Estados Unidos que a maioria de nós não pode nem começar a imaginar. Nós somos melhores por causa dos serviços prestados por este bravo e altruísta líder.
E dou-lhe parabéns, dou parabéns tambem a governadora (Sarah) Pallin por tudo que fizeram. E eu espero trabalhar com eles para renovar a promessa da nação nos meses à frente.
E quero agradecer meu parceiro nesta jornada, um homem que acompanhou com seu coração, e falou com os homens e mulheres com quem ele cresceu junto, nas ruas de Scranton e viajou no trem para casa em Delaware, o vice-presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden.
E eu não estaria aqui nesta noite, sem o incessante suporte da minha melhor amiga nos últimos 16 anos, a pedra da nossa família, o amor da minha vida, a próxima primeira dama da nação, Michelle Obama.
Sasha e Malia (suas filhas de 7 e 10 anos de idade) eu amos vocês mais do que vocês podem imaginar. E vocês fizeram por merecer o novo cachorrinho que virá conosco para a nova Casa Branca. (desde Jim Carter a casa branca não tem criança na idade de escola primária)
E mesmo que ela não esteja mais conosco, eu sei que a dedicação de minha avó (que morreu 3 dias antes da eleição), junto com minha família, fez quem eu sou. Eu sinto a falta deles nesta noite, eu sei que minha dívida para com eles está acima de qualquer medida.
Para minha irmã Maya, minha irmã Alma, todos meus irmãos e irmãs, muito obrigado por todo o apoio que vocês tem me dado. Eu agradeço a eles.
E meu coordenador de campanha, David Plouffe, o herói não falado desta campanha, que montou a melhor campanha política, na minha opinião, da história dos Estados Unidos.
Ao meu estrategista chefe, David Axelrod, que foi um parceiro em todos os passos do caminho. Para o melhor time de todos os tempos na história da política, vocês fizeram isto acontecer e eu serei para sempre grato pelo que vocês sacrificaram e pelo que fizeram.
Mas, sobretudo, eu nunca irei esquecer a quem esta vitória pertence. Ela pertence a vocês. Ela pertence a vocês.
Eu nunca fui o candidato favorito para este cargo.
Nós não começamos com muito dinheiro ou apoio.
Nossa campanha não foi levantada nos salões de Washington. Ela começou nos quintais de Des Moines e nas salas de estar de Concord e nas varandas de Charleston.
Ela foi construída por trabalhadores e trabalhadoras que pegaram das pequenas poupanças que tinham, para doar 5 e 10 e 20 para a causa.
Ela ganhou força dos jovens que rejeitaram o mito da apatia de sua geração, que deixaram suas casas e suas famílias por um trabalho que oferecia pouco dinheiro e menos sono.
Ela drenou força dos nem tão jovens, que enfrentaram o amargo frio e calor escaldante para bater nas portas de perfeitos estranhos, e dos milhões de americanos que voluntariamente e organizados, provaram que mais de dois séculos depois, um governo do povo, para o povo, e pelo povo não desapareceu da face da terra.
Esta é a sua vitória.
E eu sei que você não fez isso apenas para ganhar uma eleição. E eu sei que você não fez isso por mim.
Você fez isso porque você entende a grande tarefa que está a nossa frente. Mesmo que celebremos nesta noite, nós sabemos que os desafios que virão amanhã são os maiores de nossas vidas – Duas guerras, um planeta degradando, a maior crise financeira de um século.
Mesmo enquanto nós estamos aqui agora, nós sabemos que existem bravos americanos acordando no deserto do Iraque e nas montanhas do Afeganistão arriscando suas vidas por nós.
Existem mães e pais que deitaram depois de seus filhos adormecerem e se questionaram como irão pagar a hipoteca de suas casas e as contas dos médicos ou poupar dinheiro suficiente para pagar a universidade de seus filhos.
Existem novos meios de energia a serem explorados, novos empregos a serem criados, novas escolas para construir, as ameaças a serem encaradas, alianças a serem refeitas.
A estrada a frente será longa, e a ladeira é alta. Nós talvez não chegaremos lá em um ano ou em um mandato. Mas, América, eu nunca estive mais esperançoso do que nesta noite que chegaremos lá!
Eu prometo a você, que nós, como um povo, chegaremos lá.
Haverão passos para trás e falsos começos. Muitos não concordarão com todas as decisões e políticas que farei como presidente. E nós sabemos que o governo não pode resolver todos os problemas.
Mas sempre serei sincero com vocês sobre os desafios que nós encaramos. Eu escutarei você, especialmente quando não concordarmos. E, sobretudo, eu pedirei que você se junte ao trabalho de reconstrução desta nação, do único jeito que tem acontecido nos Estados Unidos por 221 anos – bloco por bloco, tijolo por tijolo, calo duro por calo duro.
O que começou a 21 meses no profundo inverno não pode acabar nesta noite de outono.
Apenas a vitória não é a mudança que procuramos. É somente a chance para se fazer a mudança. E não acontecerá se voltarmos ao jeito que as coisas eram.
Ela não acontecera sem você, sem um novo espírito de serviço, um novo espírito de sacrifício.
Então nos deixe adicionar um novo espírito de patriotismo, de responsabilidade, onde cada um de nós decida colaborar, e trabalhar duro e olhar para, não apenas nós mesmos, mas entre nós.
Me deixe lembrar que, se esta crise financeira nos ensinou algumas coisas, é que não pode haver fortuna em Walt Street enquanto Main Street (referencia ao povo comum) sofre.
Neste país, nós nos levantamos ou caímos como uma nação, como um povo. Resistiremos a tentação de cair no mesmo bairrismo, desinteresse e imaturidade que tem envenenado nossa política por tanto tempo.
Lembrem que foi um homem deste estado que pela primeira vez carregou a faixa do partido republicano à casa branca, um partido fundado sobre valores de resiliência e liberdade individual e união nacional.
Estes são valores que todos nós dividimos. E enquanto o partido Democrático teve uma grande vitória nesta noite, nós o fazemos com uma medida de humildade e determinação para curar as divisões que tem segurado nosso progresso.
Como Lincoln disse a uma nação muito mais dividida que a nossa, “não somos inimigos, mas amigos”. Mesmo que a paixão tenha tensionado, ela não deve quebrar nossos laços de afeição.
E aqueles americanos, a quem o apoio eu ainda tenho que merecer: eu talvez não tenha ganho seu voto hoje, mas eu escuto sua voz. Eu preciso sua ajuda. E eu serei seu presidente também.
E a todos que assistem hoje a noite além de nossos portos, de parlamentos e palácios, aqueles concentrados em torno do rádio em esquecidos cantos do mundo, nossas histórias são únicas, mas nosso destino é comum, e uma nova alvorada da liderança americana esta a distancia da mão.
Para aqueles – para aqueles que se dividiram: Nós derrotaremos vocês. Para aqueles que procuram paz e segurança: Nós apoiaremos você. E para todos aqueles que têm questionado se a tocha da América continua queimando com o mesmo brilho: Esta noite nós provamos mais uma vez que a verdadeira força de nossa nação não está no poder de nossas armas ou na escala de nossas riquezas, mas no permanente poder de nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e inflexível esperança.
Este é o verdadeiro caráter dos Estados Unidos: que a América pode mudar. Nossa união pode ser aperfeiçoada. O que já conquistamos nos dá esperança para o que podemos e devemos conquistar amanhã.
Esta eleição teve muitos “primeiros” e muitas histórias que irão ser contadas por gerações. Mas uma que está na minha cabeça esta noite é sobre uma mulher que votou em Atlanta Ela e, parecida com milhões de outras que ficaram nas filas para fazer sua voz ouvida nesta eleição, exceto por uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.
Ela nasceu uma geração depois da escravidão, num tempo onde não existiam carros nas ruas ou aviões no céu, quando alguém como ela não podia votar por duas razões: porque ela era uma mulher e por causa da cor de sua pele.
E hoje à noite, eu penso em tudo que ela viu durante seu século na América: a dor no coração e a esperança, a dificuldade e o progresso, as vezes que nos falaram que não podemos e as pessoas que pressionaram com aquele credo americano: Sim, nós podemos! (Yes, we can – foi o slogan de campanha de Barack Obama).
Em um tempo onde a voz das mulheres não eram escutadas e suas esperanças dispensadas, ela viveu para vê-las se levantarem e fazerem sua voz ser ouvida e alcançarem as cédulas de votação. Sim, nós podemos!
Quando ouve o desespero do prato vazio e depressão sobre a terra, ela viu uma nação vencer o medo com um pacto novo (New Deal), novos trabalhos, a new sense de um propósito comum. Sim, nós podemos!
Quando as bombas caíram no nosso porto (Pearl Harbor) e tirania ameaçou o mundo, ela estava lá para testemunhar uma geração se levantar para a grandiosidade e uma democracia foi salva. Sim, nós podemos!
Ela estava lá para os ônibus em Montgomery, as casas em Birmingham, uma ponte em Selma, e um pastor de Atlanta que falou ao povo que “Nós precisamos vencer”. Sim, nós podemos!
Um homem tocou a lua, um muro caiu em Berlin, um mundo foi conectado por nossa ciência e imaginação.
E este ano, nesta eleição, ela tocou numa tela com seu dedo e votou, porque depois de 106 anos na América, através dos melhores tempos e das horas mais escuras, ela sabe que a América pode mudar.
Sim, nós podemos!
América, nós viemos tão longe! Nós vimos tanto! Mas tem tanto mais a ser feito! Então, nesta noite, pergutemos a nós mesmos: se nossos filhos viverem para ver o próximo século, se minhas filhas tiverem tanta sorte de viver tanto quanto Ann Nixon Cooper, que mudanças elas verão? Que progressos nós teremos feito?
Esta é a nossa chance de responder este chamado. Este é o nosso momento.
Este é o nosso tempo de colocar nosso povo de volta ao trabalho e abrir portas de oportunidade para nossos filhos, para reconstruir prosperidades e promover a causa da paz, para reclamar o sonho americano e reafirmar aquela verdade fundamental que, de muitos, nós somos um; que enquanto respirarmos, nós teremos esperança. E onde encontrarmos cinismo e dúvidas e aqueles que nos falam que não podemos, nós responderemos com aquele eterno credo que soma o espírito de um povo: Sim, nós podemos!
Muito Obrigado. Deus abençoe vocês. E permita que Deus abençoe os Estados Unidos da América.”